Publicado em 20/09/2022 09:36
O Banco do Brasil fechou mais uma unidade na cidade de Campos dos Goytacazes. A agência 3127, da rua 13 de maio, encerrou suas atividades na sexta (16). No comunicado colado na porta de vidro, o banco informa que a partir de agora, os atendimentos poderão ser realizados no prédio da Praça São Salvador ou ainda, em um correspondente bancário.
A instituição, que teve lucro recorde de R$14,42 bilhões no primeiro semestre de 2022, segue fechando agências para reduzir custos, pressionando seus funcionários com metas e prejudicando a qualidade do atendimento prestado aos clientes e usuários.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou um estudo e pontuou que, ao final de dezembro de 2021, o BB contava com 78,3 milhões de clientes e 84.597 funcionários, com fechamento de 7.076 postos de trabalho em 12 meses. De acordo com esses números, cada funcionário do banco é responsável por mais de 920 mil clientes.
“Os resultados astronômicos do BB, obtidos trimestre após trimestre, são fruto de uma gestão do enxugamento do quadro de funcionários e do número de agências, submetendo aqueles que são mantidos a pressões cada vez maiores para alcançar as metas”, observa o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Esses resultados também afetam os clientes que precisam superar filas cada vez maiores nos atendimentos”, complementa.
Por mais que o banco esteja investindo no digital e muitos serviços sejam realizados através de site e aplicativo, a redução de postos de atendimento tem como consequência a precarização e a sobrecarga de trabalho.
“Não estamos dizendo, de forma alguma, que o banco não deveria atuar para melhorar seus resultados. O que estamos apontando é que para que o Banco do Brasil possa cumprir de fato seu papel de banco público, como instrumento para o desenvolvimento de todo o país, não pode aplicar a mesma produtividade e expectativa de retorno dos bancos privados”, esclarece o coordenador da CEBB, lembrando, em seguida, que o sistema do país é oligopolizado, concentrando lucros e clientes em poucas instituições privadas, tornando o Brasil detentor de uma das mais elevadas taxas de juros. “Sem os bancos públicos, como o BB, essa concorrência desleal seria ainda maior”, pontua Fukunaga.