Caixa: empregados recusam critérios para delta e cobram distribuição linear

Publicado em 12/11/2024 09:22

O Grupo de Trabalho (GT) de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal, formado pelos representantes dos trabalhadores e do banco, voltou a se reunir nesta segunda-feira (11) pra discutir as regras e critérios dos “deltas”, como são chamadas as remunerações adicionais que são pagas conforme a evolução na carreira.

Apesar de na última reunião, realizada no dia 15 de outubro, os trabalhadores terem cobrado a distribuição linear (o mesmo percentual para todos) do 1º delta, o banco propôs seis itens que precisariam ser alcançados pelos empregados, para a remuneração adicional:

1- Certificação Agir Certo Sempre (2023) ou Agir Certo Caixa (2024);

2- Certificação Cultura Digital;

3- 1 curso finalizado no Coursera;

4- 1 curso em andamento ou finalizado no Busuu (plataforma para aprendizado de línguas estrangeiras);

5- 1 curso de iniciativa pessoal na Universidade Caixa;

6- Participação em 1 ação do Programa Qualidade de Vida. Essa ação poderá ser desde imunização na campanha de vacinação antigripal, convênio com Gympass ativo no plano gratuito, até participação no Programa de Nutrição e Hábitos Saudáveis ou cadastro no aplicativo Caixa em Movimento.

Para ser elegível ao 2º delta, a Caixa propôs que o empregado terá que ter, pelo menos, 300 dias do ano atuando em unidade com nota final 100 no Resultado.Caixa, sendo que o 2º delta será distribuído para 20% dos que ganharem o 1º delta.

Representantes dos empregados recusam e reforçam princípios fundamentais

Os representantes dos empregados mantiveram a exigência para que o delta seja linear.

Dois dos itens propostos para a conquista do 1º delta envolvem cursos à distância. “Faltou a Caixa esclarecer se os cursos poderão ser feitos dentro da jornada de trabalho ou fora dela, bem como a efetiva utilidade de curso de línguas no desenvolvimento dos trabalhos rotineiros de uma unidade da Caixa”, observa Tesifon Neto, representante da Feeb/SP-MT no GT.

“Temos dois pontos fundamentais nesta mesa: um deles que o 1º delta seja linear, ao contrário desta proposta que a Caixa trouxe hoje, que prejudica todos os empregados. Primeiro, porque já estamos no final do ano e, segundo, porque prejudica especialmente os que trabalham e atuam na rede. A proposta ainda é excludente para pessoas que vão entrar em férias ou licença médica neste final de ano e que, portanto, não terão nenhuma condição de cumprir os critérios. Os empregados não podem ser penalizados pelo fato de a Caixa ter demorado a sentar-se em mesa de negociação”, destaca Luiza Hansen, diretora do Sindicato dos Bancários de SP e membra do GT.

“Também é inegociável que volte a existir o 2º delta. A Caixa não paga há dois anos o 2º delta e esse orçamento, que está previsto para ser pago em promoção por mérito e antiguidade, precisa ser destinado em sua totalidade para esse fim”, completou.

Outra exigência dos trabalhadores é a utilização integral do 1% do orçamento previsto para as pessoas contempladas tanto com o 1º quanto com o 2º delta.

Os empregados também pediram para que, em 2025, a Caixa inicie as discussões de critérios para o delta antecipadamente. “Os critérios apresentados na mesa de hoje não são ruins, são importantes para a saúde e formação dos colegas. Entretanto, pelo período curto que temos até terminar o ano, fica muito puxado para que consigam cumprir. Como educadora, digo que é necessário ter planejamento didático, para que as pessoas não sejam incentivadas a atingirem esses critérios por interesse financeiro, mas sim para o seu crescimento”, destaca Sonia Eymard, diretora de Bancos Públicos do Sindicato do Rio de Janeiro.

Sobre essa reivindicação para que, no próximo ano, os critérios sejam discutidos mais cedo, os representantes da Caixa se comprometeram a iniciar o debate no primeiro trimestre.

A data da próxima reunião ainda será avaliada e divulgada nas próximas semanas.